terça-feira, 3 de maio de 2011

DKW Belcar - Um sedã de belas formas



 Fabricado em São Paulo pela empresa Veículos e Máquinas Agrícolas (Vemag S/A), sob licença da alemã DKW. Foram produzidas 51.072 unidades do modelo de 1958 a 1967. O Belcar era derivado do sedã DKW F-94 e tinha como características marcantes a boa estabilidade, o amplo espaço interno e um conjunto mecânico que se destacava pela robustez.
O Belcar foi lançado em 1958, como um dos integrantes da linha Vemaguet. O nome veio da expressão em inglês beautiful car ou, simplesmente, beloc carro. As linhas arredondadas do sedã foram herdadas de modelos europeus, com grade do tipo colméia cromada. Detalhe interessante eram as portas dianteiras que se abriam no sentido contrário. Um estímulo para a imaginação dos rapazes da época, que ficavam atentos na esperança de ver algo mais no desembarque das moças de saia.
Inicialmente, o Belcar foi equipado com motor tricilíndrico, de 900 cm³ de capacidade cúbica, que desenvolvia apenas 38 cv de potência. Junto com os outros modelos da linha Vemag, eram os únicos produzidos no Brasil com motor de dois tempos, cujo óleo era misturado à gasolina. Com mcânica robusta e boa estabilidade, o modelo se destacou em corridas da época. Mas, para o consumidor comum, era interessante por ter capacidade para seis ocupantes e sistema de roda livre, que impedia que o motor fosse impulsionado no momento da desaceleração. Bastava puxar uma pequena alavanca sob o painel para liberar as rodas. O problema era que com isso o sistema de freios ficava sobrecarregado em descidas íngremes.
 (Editora Alaúde/Divulgação)

Sincronizadas

Em 1959, o Belcar passou a ser equipado com um motor maior, com 1.000 cm³ e 50 cv, melhorando significativamente o seu desempenho. Tinha ainda câmbio de quatro marchas sincronizadas, com alavanca na coluna de direção, sendo a primeira para baixo e a segunda para cima. Dois anos depois, o modelo passou por discretas modificações de estilo, com a retirada dos frisos da tampa do porta-malas e os novos desenhos dos para-choques e calotas. O Belcar atingia a velocidade máxima de 125 km/h e acelerava de zero até 100 km/h em 31,3 segundos.
Em 1962, o Belcar já era equipado com um motor de 1.000 cm³ e 50 cv de potência (Boris Feldman/EM/D.A. Press)
Em 1964, a Vemag introduziu a série 1001, que trouxe novo sistema de abertura de portas (no sentido convencional), painel estofado e outros detalhes. Em 1965, foi a vez da série Rio, em homenagem aos 400 anos de fundação da cidade do Rio de Janeiro. Em seguida, o modelo ganhou o sistema Lubrimat, que já misturava automaticamente o óleo à gasolina. Em 1967, passou por novas modificações estéticas e teve o sistema elétrico aperfeiçoado, com 12 volts no lugar de seis. Em setembro do mesmo ano, recebeu a série S, com motor de 60 cv e, em dezembro, a produção foi encerrada. 

Ivan Carneiro








segunda-feira, 2 de maio de 2011

Dkv candango

Em 1958, quando na Alemanha o Munga recebia ainda modificações e ia se popularizando gradativamente, o Brasil viu nascer um novo jipe. A Vemag, que já lançara o automóvel e a perua DKW com o pipocante motor 1000 de dois tempos, trazia então esse novo veículo que seria logo batizado de Candango. Sem dúvida um nome tão feio quanto o do seu irmão europeu, mas necessário devido a problemas em relação ao pretendido Jipe, já legalmente registrado pela Willys, apesar da ortografia diferente - Jeep.
Numa alusão aos incansáveis trabalhadores que construíram Brasília - fortes e resistentes - o nome Candango ganhou forças e logo identificava o novo jipinho - como alguns ainda insistiam em chamá-lo , que além do estranho nome era inigualável em aparência e também em barulho.
De início, todos os modelos fabricados possuíam tração integral permanente. Após 1960, veículos com tração 4x2, dianteira, também foram fabricados visando uma performance em terrenos não-acidentados mais adequada. Possuindo o mesmo motor do Munga, o Candango recebeu no Brasil apenas uma modificação de vulto, que foi uma capota de aço e, posteriormente, a introdução de quatro portas. Além disso, no modelo 4x4, a reduzida podia ser engatada com o veículo em movimento.
Infelizmente, o feio-simpático Candango teve vida curta também no Brasil. Visando principalmente o mercado militar, a Vemag resolveu parar a fabricação deste veículo em 1964, após a negativa das Forças Armadas Brasileiras em adquirí-lo. Uma lacuna que ficaria preenchida apenas parcialmente pelo seu primo Willys-Ford, já que, proprietários, ex-proprietários e colecionadores juram solenemente que, os 4.400 Candangos produzidos no Brasil, mesmo aqueles que já morreram, jamais poderão ser substituídos. Nem mesmo pelo mais moderno veículo 4x4 da atualidade. Afinal, quem seria tão feio quanto ele e, ao mesmo tempo, tão bom?